Projeto: Caracterização da variação genotípica e acúmulo de selênio na castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa) por parâmetros químicos e microbiológicos dos solos da região Amazônica utilizando um programa de participação de comunidade

Financiamento: CAPES

Responsável: Anne Caroline Rocha

Descrição: A amêndoa da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) é reconhecida como o alimento mais rico em selênio (Se), um elemento-traço que apresenta propriedades essenciais ou tóxicas dependendo da faixa de concentração no alimento ingerido. A recomendação de ingestão diária de Se para humanos é na faixa de 50 a 70 μg por dia. A deficiência ou toxidez de Se nos solos reflete no teor do elemento presente nos alimentos que são cultivados nestas regiões. Isso tem gerado interesse nos estudos de biogeoquímica deste elemento. O presente estudo busca conhecer melhor e caracterizar os teores de Se na castanha-do-brasil e em solos da região Amazônica e suas relações com a disponibilidade de Se e possíveis bactérias redutoras de Se do solo. As amostras de solo e amêndoas serão coletadas em ambiente natural de produção e em cultivos estabelecidos em diferentes regiões da bacia Amazônica. A fazenda Aruanã distribui mudas de castanhas gratuitamente para pequenos produtores. Será realizado um mapeamento de novas áreas produtoras de castanhas bem como a caracterização química e biológica do solo das áreas dos novos castanhais comerciais. Será extraído o DNA de microrganismos do solo para caracterização e seleção de bactérias redutoras de Se. Pela análise filogenética dessas bactérias será feita a classificação das comunidades de bactérias presentes na rizosfera das castanheiras. Após a caracterização microbiológica, as amostras serão levadas para a Universidade de Nottingham, onde serão realizadas análises de teores de Se total e disponível no solo, análises de bioacessibilidade e especiação de Se na castanha-do-brasil em ICP-MS. Pretende-se iniciar um banco de dados com informações de formas de Se em solos e em castanhas-do-brasil cultivadas em diferentes agroecossistemas Amazônicos, incluindo estas informações em mapa como resultado de treinamento em ArcGis no British Geological Survey sob a orientação do professor Martin Broadley. Esta proposta de trabalho representa uma oportunidade para a colaboração científica, tecnológica e metodológica inédita entre a UNESP e a Universidade de Nottingham, contribuindo para fortalecer a pesquisa e o ensino superior do Brasil, através do desenvolvimento e estabelecimento de parcerias internacionais.